If he had to choose an all-time horse for his stall, it would be For Pleasure, ridden by Marcus Ehning (GER), as suggested by his uncle, who called the attention of his eyes. In addition to being a machine, he is an Olympic one. Considering my inexperience, he would be a prime horse for work and suitable in the fight against the best in the world.

Patrick tells us that young horsemen must insist on pursuing their dreams because it is not difficult, it is very difficult, and in many moments it may seem impossible. “I managed to get here and where I am is just the beginning of everything, I am aware that there is still a long way to go. If I could give advice, it would be, be humble! Learn to put up with everything, try to be better every day, don’t be ashamed to work, to clean stalls. Riding a horse is the last thing you must worry about, believe me, the basics start there, taking care of your animal. Thank the people who are with you first of all. If you don’t have money like me, get a job, ride in the morning, work late nights, help with the upkeep of the horse you use. It’s not an easy dream, but it’s fascinating and rewarding, and needless to say, it’s really worth it, isn’t it?”

Tornar-se um cavaleiro profissional é um sonho de muitos jovens praticantes do esporte. Para muitos deles, dois principais fatores dificultam, a falta de recursos próprios para investir  e oportunidades de trabalho e crescimento profissional. Tivemos a oportunidade de entrevistar Patrick Sousa (BRA), jovem e talentoso cavaleiro brasileiro que nos contou a história da busca pelo seu sonho.

Vindo de uma família de comerciantes de cavalos, Patrick começou a montar durante a infância. Infelizmente, ainda no início de sua jornada de aprendizado, ele teve um acidente, o que o tirou das pistas por um longo período. Como no restante da sua vida, a persistência o fez retomar os treinamentos, sendo treinado pelo seu pai, que teve um papel crucial na sua formação. Em pouco tempo, ele melhorou de tal maneira que conseguiu terminar a temporada em nono lugar na categoria de Cavaleiros Jovens, inclusive ganhando a prova de cavalos novos.

O amor aos animais foi o que o levou a praticar a modalidade de saltos, e conforme sua personalidade foi sendo formada, a competitividade serviu como impulsão para a busca de saltos mais altos. Ele afirma: “tudo na minha vida, seja pelo prazer ou profissionalmente, tudo envolve o esporte, posso afirmar que respiro cavalos.”

Ainda muito jovem, ele reconhece a importância de várias pessoas que contribuíram e contribuem ao seu crescimento. “Existe meu tratador do Brasil, José Alves, que além de ser um dos melhores profissionais que já vi, ele é ainda meu amigo, me salva todas as vezes que tenho alguma dúvida. Márcia Hernández, que cedeu o incrível espaço  dela, o Centro Hípico Haras Fiel para meu aperfeiçoamento, além de incentivar e de ser uma inspiração, uma mulher de  força e determinação, eles são pessoas que admiro e agradeço por ter em minha vida.”

Patrick reconhece que toda a sua formação foi baseada em seu pai, Eduardo de Sousa, e tio Luiz Rocco. “Tudo o  que sei sobre o esporte é graças a eles, eles estavam comigo desde o início e seguem até hoje, minha base.”

Como mencionado anteriormente, ele é fascinado por cavalos, embora ressalte que a modalidade de saltos é a que mais chama atenção. “Considerando todo o universo hípico, nesse esporte especificamente, no salto, não tem algo que eu não goste de fazer.”

O momento mais difícil competindo aconteceu quando ele estava saltando numa prova de encerramento, quando a sela escorregou para traz, ocasionado um rodeio na pista até o cavaleiro se jogar no chão.

Embora não tenha tido um cavalo próprio de alto nível, com o qual ele pudesse se desenvolver, o jovem jinete sempre montou os animais de seu pai e do seu tio, tendo que se virar com o que recebia. As principais montarias da sua vida foram Cantordino Joter e Larineira JMen II. Vindo de uma família de comerciantes, o trabalho de formar craques para venda impossibilitou de ter a oportunidade de montar por longo período os animais treinados  pela família. Sempre aparecia um comprador com uma oferta irrecusável. “Sempre foi difícil ter a oportunidade de saltar forte antes de vender, cavalo pronto é moeda. “Para falar a verdade, do ponto de vista profissional, até hoje não consegui saltar uma temporada completa sem ter que trocar de animal.”

Como qualquer outro praticante do esporte, muitos animais passaram pelas suas rédeas, No entanto, uma égua deixou a sua marca. “Sem sombra de dúvidas, o melhor animal que já montei foi a Princess Majorca, que pertenceu ao meu pai. Foi uma pena a falta de experiência na época, mas sempre foi uma máquina, acredito que hoje ela esteja saltando 1.50m.”

Se tivesse que escolher um cavalo de todos os tempos para a sua cocheira, seria For Pleasure, montado Marcus Ehning (GER), indicação do seu tio, que encheu seus olhos. Além de uma máquina, ele é um professor olímpico. Considerando a minha inexperiência, seria um cavalo precípuo para o trabalho e alicerçador na briga com os melhores do mundo.

Buscando novas oportunidades e vôos mais altos, Patrick viajou para Wellington, Flórida, nos Estados Unidos. “Desde quando tomei a decisão de que minha vida seria sob uma sela, eu venho procurando evolução a cada dia. Busco conhecimento, aprendizado, desenvolvimento para atingir reconhecimento que almejo. E aqui é o centro de tudo quando o assunto é hipismo. Eu vim sem nada, só com o coração e a vontade de ser grande. Dei a cara a tapa para muitas pessoas, muitas portas nem se abriram ou deram chance de aproximação, mas o Paulo Santana em 2019 e Samuel Parot Jr.,  me deram a oportunidade gigante de poder montar seus cavalos. Acreditaram em meu potencial e me proporcionaram a vivência mais importante que eu poderia ter na minha carreira. Agradeço a cada um deles por essa chance.”

Nos Estados Unidos, Patrick teve oportunidade de ver pessoalmente alguns dos maiores do mundo no nosso ramo. “Eu já vi os melhores cavalos do mundo, mas um cavalo que me fascinou muito foi Lucifer V, montado por Nayel Nassar. Obviamente existem outras máquinas como Buga Z animal do cavaleiro Samuel Parot Jr. e Victorio 5 de propriedade de Abigail McArdle.”

Com o passar do tempo  nos EUA e contato com o hipismo de alto nível,  surgiu uma admiração ainda maior por profissionais do calibre de McLain Ward (USA), Samuel Parot (CHI), seu pai Eduardo de Sousa (BRA) e Katie Prudent (USA). “Eu diria impecáveis, conheço o método de treinamento e a preparação deles é incrível, eles são perfeitos, respeitosos com os animais, além do fato de poder aprender apenas observando-os montando, você vê tamanha a perfeição.”

Patrick nos conta que os cavaleiros jovem devem insistir na busca dos seus sonhos pois não é difícil, é muito difícil, e em muitos momentos pode parecer impossível. “Eu consegui chegar aqui e onde estou é só começo de tudo, tenho consciência de que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Se eu pudesse dar um conselho, seja humilde! Aprenda a aguentar tudo, busque se superar a cada dia, não tenha vergonha de trabalhar, de limpar cocheira. Montar cavalo é a última coisa que você vai se preocupar, acredite, o básico começa ali, cuidando do seu animal. Agradeça as pessoas que estão com você antes de tudo. Se você não tem dinheiro como eu, arrume um emprego, monte de manhã, trabalhe até tarde da noite, ajude a manter o cavalinho que você usa. Não é um sonho fácil, mas é fascinante é recompensador, e não preciso dizer que vale muito a pena não é?”

Texto: Jumper News, não reproduza sem permissão.

Fotos: © Patrick Sousa / Faciole Fotografia